domingo, 18 de março de 2012

O Meu Condão







“Quis Deus dar-me o condão de ser sensível


Como o diamante à luz que o alumia,


... Dar-me uma alma fantástica, impossível:


- Um bailado de cor e fantasia!


Quis Deus fazer de ti a ambrosia


Desta paixão estranha, ardente, incrível!


Erguer em mim o facho inextinguível,


Como um cinzel vincando uma agonia!


Quis Deus fazer-me tua... para nada! -


Vãos, os meus braços de crucificada,


Inúteis, esses beijos que te dei!


Anda! Caminha! Aonde?...


Mas por onde?


... Se a um gesto dos teus a sombra esconde


O caminho de estrelas que tracei...”




Florbela Espanca




Abraço-LUZ.

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