"Já não sei adormecer sem teu rosto, delicioso e belo, dormindo ao ar livre sob as
coxas das estrelas, nas águas do [teu] rio, que me acalma a boca por dentro da saliva da noite..
Adormeces…
- respiração no meu pescoço-
- O que faço Eros?!
Toco-te, roço-te a face
mergulhada nas águas desse rio,
enquanto o sono não chega…
O tempo todo…
nua na tua pele molhada
cheia d’ar que me embala;
— Esqueces-te Eros que tens Voz?
Que ela faz milagres?
Que é melosa e en-cantada
como algodão-doce?
Ah..
Arrasto-me no ouvir das águas,
quero beber mais um gole
cálice do sossego
do suco destas mãos
que [nos] são
corpos sonâmbulos
Eu em Ti
E
Tu em Mim!"
Ana Maria Domingues
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